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Técnica menos invasiva acelera pós-operatório do quadril

A artroplastia total do quadril é um dos procedimentos ortopédicos mais realizados no mundo, especialmente entre pacientes com desgaste articular avançado, dor crônica e limitação funcional. Nos últimos anos, a Via de Acesso Anterior (Direct Anterior Approach – DAA) tem ganhado espaço como alternativa às abordagens convencionais, como a posterior e a posterolateral, por oferecer benefícios clínicos relevantes no pós-operatório precoce. Caracterizada por ser uma técnica intermuscular e internervosa, a DAA preserva estruturas anatômicas importantes, como o glúteo médio e o piriforme, sem necessidade de desinserção muscular. De acordo com a ortopedista Evelyn de Medeiros Costa, especialista em cirurgia do quadril no Centro Médico Alto de Pinheiros, essa preservação contribui para menor agressão tecidual, menor risco de luxação e recuperação funcional mais rápida.

"A via anterior permite que o paciente caminhe com independência mais cedo, reduzindo o tempo de internação e facilitando a reabilitação", explica. Segundo a especialista, estudos científicos e meta-análises recentes apontam melhora significativa da pontuação no Harris Hip Score (HHS) nas primeiras semanas após a cirurgia em pacientes submetidos à DAA, apresentando menor dor no pós-operatório imediato, menor necessidade de opioides, tempo de hospitalização mais curto e retorno mais precoce às atividades diárias.

A indicação da técnica, no entanto, deve ser individualizada, alerta a médica. Entre os critérios clínicos citados por ela estão a boa mobilidade articular, ausência de deformidades ósseas significativas e composição corporal favorável, especialmente com índice de massa corporal inferior a 35.

"A técnica é cada vez mais empregada em pacientes idosos com boa reserva funcional, que se beneficiam de uma recuperação mais rápida e menos dolorosa", afirma. Apesar das vantagens, Costa ressalta que o método exige experiência técnica e curva de aprendizado, já que os principais riscos podem incluir lesão do nervo femoral cutâneo lateral, maior tempo cirúrgico nos primeiros casos e risco aumentado de fratura do fêmur proximal se a técnica não for adequadamente executada.

"Contudo, quando realizada por cirurgiões experientes e com os equipamentos apropriados, esses riscos são comparáveis ou até inferiores aos das abordagens convencionais", observa. No longo prazo, os desfechos funcionais da DAA se equiparam aos das outras vias de acesso. Por isso, a escolha da técnica deve considerar o perfil do paciente, a experiência do cirurgião e a infraestrutura hospitalar disponível. "A decisão precisa ser compartilhada e baseada em critérios clínicos, não apenas em preferência técnica", reforça.

A médica destaca, ainda, que a adesão crescente pelo método em países como Estados Unidos e nações europeias reflete uma tendência por procedimentos menos invasivos, com menor agressão tecidual e retorno mais rápido às atividades. Além dos benefícios clínicos, ela aponta que "a técnica está alinhada às expectativas dos pacientes modernos, que buscam soluções cirúrgicas com menor tempo de hospitalização e reabilitação mais eficiente".

No Brasil, a demanda por esse tipo de cirurgia também é significativa. Um estudo realizado por acadêmicos da Faculdade de Tecnologia e Ciência de Salvador indica que entre 2012 e 2021 foram registrados 251.413 procedimentos de artroplastia do quadril no país, evidenciando o impacto da técnica na prática ortopédica nacional.

De acordo com a especialista, programas de formação médica têm priorizado a capacitação em DAA, com foco em padronização da técnica e segurança cirúrgica. "A via anterior representa um avanço importante na cirurgia do quadril, e seu domínio tem sido cada vez mais valorizado em centros de excelência e programas de fellowship pelo mundo", conclui.

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